Controle de pH em Decapagem: 5 Fatores Essenciais para Estabilidade em Fundições e Siderúrgicas
Segmento: Indústria Metalúrgica - Fundições e Siderúrgicas Tema: Controle de pH em Decapagem Metalúrgica Persona-alvo: Técnico Especialista em Fundições | Supervisor de Produção Palavras-chave: decapagem metalúrgica, controle pH, ácido clorídrico, ácido sulfúrico, fundições, siderúrgicas
Introdução
Você já calculou quanto uma fundição pode perder mensalmente por instabilidade no processo de decapagem? Variações não controladas de pH podem gerar refugos significativos em peças de aço carbono, representando perdas em material, tempo de produção e energia. Em um mercado onde margem e competitividade são fundamentais, dominar o controle de pH na decapagem deixou de ser opcional.
A decapagem é o processo químico que remove óxidos e incrustações formados durante tratamentos térmicos, soldagem ou armazenamento de metais. Esse procedimento prepara a superfície para tratamentos posteriores como cromação, anodização, galvanização ou pintura industrial. A eficiência da decapagem depende diretamente do equilíbrio entre concentração de ácidos, temperatura e principalmente o pH da solução.
Este artigo técnico apresenta os 5 fatores essenciais que garantem estabilidade no controle de pH em processos de decapagem para fundições, siderúrgicas e empresas de tratamento de superfícies metálicas. Com mais de 50 anos de experiência no fornecimento de insumos químicos para a indústria metalúrgica, a Boreto & Cardoso® compartilha conhecimento prático consolidado por décadas de parceria com fundições em todo o Brasil.
Resumo Executivo
- Fator 1: Seleção correta do tipo de ácido (clorídrico, sulfúrico ou nítrico) conforme o metal base e tipo de óxido
- Fator 2: Monitoramento contínuo da concentração ácida através de análises titulométricas regulares
- Fator 3: Controle preciso de temperatura do banho entre 20°C e 60°C dependendo do processo
- Fator 4: Gestão adequada da saturação de sais metálicos que altera o pH progressivamente
- Fator 5: Implementação de sistemas de neutralização com soda cáustica ou carbonatos para descarte seguro
Benefício potencial: Redução significativa no consumo de ácidos através de controle eficiente e reutilização correta dos banhos de decapagem.
Índice
- Por Que o pH É Crítico em Processos de Decapagem
- Fator 1: Escolha do Tipo de Ácido Adequado
- Fator 2: Monitoramento Contínuo da Concentração
- Fator 3: Controle de Temperatura do Banho
- Fator 4: Gestão da Saturação de Sais Metálicos
- Fator 5: Sistemas de Neutralização para Descarte
- Produtos Boreto & Cardoso® para Controle de pH
- Perguntas Frequentes
- Checklist de Controle de pH em Decapagem
- Conclusão
Por Que o pH É Crítico em Processos de Decapagem
O pH (potencial hidrogeniônico) mede a acidez ou alcalinidade de uma solução em escala de 0 a 14, sendo 7 neutro. Em processos de decapagem metalúrgica, trabalhamos tipicamente com pH entre 0 e 3, faixas extremamente ácidas necessárias para dissolver óxidos metálicos.
A reação química fundamental da decapagem é a dissolução de óxidos de ferro (Fe₂O₃, Fe₃O₄, FeO) através de ácidos fortes. Por exemplo, na decapagem com ácido clorídrico:
Fe₂O₃ + 6HCl → 2FeCl₃ + 3H₂O
Essa reação consome ácido e gera sais de ferro que se acumulam no banho. Conforme a concentração de ácido diminui e a de sais aumenta, o pH sobe gradualmente, reduzindo a eficiência da decapagem. Uma fundição que não monitora o pH adequadamente pode enfrentar tempos de decapagem 3 a 4 vezes maiores, gerando gargalos produtivos.
Além da eficiência, o controle de pH impacta diretamente a qualidade superficial. pH muito baixo (excesso de ácido) pode causar ataque excessivo ao metal base, gerando rugosidade e fragilização por hidrogênio em aços de alta resistência. pH muito alto (banho saturado) deixa resíduos de óxidos que comprometem tratamentos posteriores.
Fator 1: Escolha do Tipo de Ácido Adequado
A seleção do ácido para decapagem não é arbitrária. Cada tipo de ácido possui características específicas que o tornam mais adequado para determinados metais e aplicações.
Ácido Clorídrico (HCl)
É o ácido mais utilizado em decapagem de aços carbono e aços baixa liga. Possui alta velocidade de reação, opera em temperatura ambiente e gera cloretos metálicos solúveis que não formam precipitados problemáticos.
Concentração típica: 10% a 18% (v/v) pH de trabalho: 0,5 a 1,5 Temperatura: 20°C a 40°C
Vantagens: economia, eficiência, facilidade de controle. Limitações: gera vapores corrosivos (HCl gasoso) que exigem exaustão adequada e pode causar fragilização por hidrogênio em aços de alta resistência.
Ácido Sulfúrico (H₂SO₄)
Preferido para aços inoxidáveis austeníticos e quando se trabalha em temperaturas elevadas. É mais econômico que o clorídrico em aplicações de grande volume.
Concentração típica: 5% a 15% (v/v) pH de trabalho: 0,8 a 2,0 Temperatura: 60°C a 80°C
Vantagens: menor volatilidade, menos corrosão de equipamentos, maior eficiência em alta temperatura. Limitações: forma sulfatos que podem precipitar e gerar "borra" no fundo dos tanques.
Ácido Nítrico (HNO₃)
Utilizado principalmente em processos de passivação após decapagem de aços inoxidáveis, mas também em decapagem de ligas de cobre e alumínio.
Concentração típica: 3% a 10% (v/v) pH de trabalho: 0,5 a 1,0 Temperatura: 20°C a 50°C
Vantagens: ação oxidante que forma camada passivadora, menos risco de fragilização. Limitações: custo mais elevado, gera vapores nitrosos (NOx) que exigem sistemas de lavagem de gases.
A Boreto & Cardoso® fornece ácido clorídrico, sulfúrico e nítrico com grau de pureza industrial certificado, rastreabilidade completa de lotes e documentação técnica (FDS atualizada) que garante conformidade com as exigências de processos metalúrgicos críticos.
Fator 2: Monitoramento Contínuo da Concentração
Um banho de decapagem perde eficiência gradualmente conforme consome ácido e acumula sais metálicos. O monitoramento preciso da concentração é essencial para manter o pH em faixa adequada e garantir produtividade estável.
Métodos de Análise
Titulação ácido-base: Método laboratorial padrão que determina a concentração de ácido livre através de neutralização com solução alcalina padronizada (geralmente NaOH 1N). É preciso, confiável e deve ser realizado no mínimo uma vez por turno em processos contínuos.
pHmetro industrial: Equipamentos portáteis ou de bancada com eletrodos resistentes a meios corrosivos. Fornecem leitura imediata, mas exigem calibração frequente com soluções tampão de pH 1, 4 e 7 para garantir precisão em faixas extremamente ácidas.
Densímetro: Mede a densidade específica do banho, que se correlaciona com a concentração ácida. Método rápido mas menos preciso, adequado para verificações de rotina entre análises titulométricas.
Frequência Recomendada
- Fundições de pequeno porte: Análise titulométrica diária no início do turno
- Fundições de médio/grande porte: Análise titulométrica a cada 4-6 horas de operação contínua
- Processos automatizados: Sistema de monitoramento online com controle de dosagem automática de ácido
Critérios de Reposição
Quando a concentração de ácido livre cai abaixo de 50% do valor inicial, o banho perde eficiência significativa. Nesse ponto, há duas opções:
- Reposição com ácido concentrado: Adicionar ácido novo para restaurar concentração original
- Descarte e renovação parcial: Descartar 30-50% do banho saturado e completar com solução nova
A decisão depende do nível de saturação de sais metálicos, que abordaremos no Fator 4.
Fator 3: Controle de Temperatura do Banho
A temperatura do banho de decapagem influencia diretamente a cinética das reações químicas. A velocidade de dissolução de óxidos dobra aproximadamente a cada aumento de 10°C, seguindo a lei de Arrhenius.
Faixas de Temperatura por Processo
Decapagem com HCl a frio (20-40°C):
- Adequada para aços carbono com camadas leves de óxidos
- Consumo menor de energia
- Controle mais simples
- Menor geração de vapores corrosivos
Decapagem com HCl aquecido (40-60°C):
- Necessária para óxidos densos formados em tratamentos térmicos
- Reduz tempo de processo em 50-60%
- Exige maior controle de evaporação e reposição de água
- Aumenta geração de vapores (exaustão obrigatória)
Decapagem com H₂SO₄ a quente (60-80°C):
- Ideal para grandes volumes e aços inoxidáveis
- Melhor eficiência energética em operação contínua
- Formação de "borra" de sulfatos (requer sedimentação periódica)
- Sistema de aquecimento indireto (serpentina de vapor ou resistências)
Impacto no pH
Temperaturas mais altas aceleram não apenas a dissolução de óxidos, mas também a saturação do banho com sais metálicos. Um banho operando a 70°C pode alcançar saturação crítica em metade do tempo comparado a operação a 30°C, exigindo monitoramento mais frequente do pH.
A Boreto & Cardoso® recomenda instalação de termômetros de imersão com faixa 0-100°C e termostatos para controle automático em processos aquecidos. O investimento em controle de temperatura se paga através de maior previsibilidade do processo e redução de refugos.
Fator 4: Gestão da Saturação de Sais Metálicos
Conforme o processo de decapagem avança, sais metálicos (principalmente cloretos ou sulfatos de ferro) se acumulam na solução. Esses sais dissolvidos alteram progressivamente o pH, aumentam a densidade do banho e eventualmente podem precipitar.
Níveis de Saturação
Saturação baixa (0-80 g/L de Fe²⁺ para HCl):
- Banho virgem ou recém-reposto
- pH entre 0,5 e 1,0
- Máxima eficiência de decapagem
- Consumo ácido otimizado
Saturação média (80-150 g/L de Fe²⁺):
- Banho em operação normal
- pH entre 1,0 e 1,8
- Eficiência ainda aceitável (redução de 10-15% na velocidade)
- Ponto ideal para reposição de ácido
Saturação alta (>150 g/L de Fe²⁺):
- Banho próximo ao esgotamento
- pH > 2,0
- Eficiência comprometida (redução >30% na velocidade)
- Risco de precipitação de sais
- Recomendado descarte parcial ou total
Métodos de Análise de Saturação
Análise de ferro dissolvido: Titulação redox com permanganato de potássio ou dicromato. Determina concentração de Fe²⁺ e Fe³⁺ no banho. Recomendado semanalmente em processos contínuos.
Teste de cristalização: Método prático onde amostra do banho é resfriada a 10°C. Formação de cristais indica saturação crítica iminente.
Controle por densidade: Banhos de HCl com densidade >1,15 g/cm³ geralmente indicam alta saturação. Método rápido mas menos preciso.
Estratégias de Desaturação
- Descarte parcial programado: Renovar 30-40% do banho semanalmente ou quinzenalmente
- Tratamento químico: Precipitação controlada de sais através de ajuste de pH e temperatura
- Recuperação de ácido: Processos de regeneração ácida (pirólise ou retorta) economicamente viáveis para grandes volumes
A Boreto & Cardoso® oferece para dimensionamento de sistemas de controle de saturação adequados ao volume e tipo de produção de cada fundição.
Fator 5: Sistemas de Neutralização para Descarte
O descarte de efluentes ácidos de decapagem sem tratamento adequado é crime ambiental previsto na Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98). Além da responsabilidade legal, a neutralização correta permite recuperação de água e eventualmente de sais metálicos com valor comercial.
Processo de Neutralização
A neutralização consiste em elevar o pH do efluente ácido de ~1 para faixa 6-9 (padrão CONAMA 430/2011 para descarte). Isso é feito adicionando agentes alcalinos que reagem com os ácidos livres e forçam a precipitação de hidróxidos metálicos.
Reação típica com soda cáustica:
2HCl + 2NaOH → 2NaCl + 2H₂O FeCl₂ + 2NaOH → Fe(OH)₂↓ + 2NaCl
Agentes Neutralizantes
Soda cáustica líquida (NaOH 50%):
- Mais utilizada em processos industriais
- Reação rápida e controlável
- Permite dosagem automatizada por pH
- Gera lodo de hidróxidos denso e sedimentável
A Boreto & Cardoso® fornece soda cáustica líquida 50% com certificação de qualidade, ideal para sistemas de neutralização automatizados.
Soda cáustica em escamas (NaOH 98%):
- Econômica para sistemas de batelada
- Exige dissolução prévia
- Armazenamento mais simples (menor volume)
- Aplicação manual em tanques de neutralização
Cal hidratada (Ca(OH)₂):
- Alternativa mais econômica
- Menor solubilidade (requer agitação vigorosa)
- Gera maior volume de lodo
- Indicada para grandes volumes de efluente
Barrilha (Na₂CO₃):
- Neutralização mais suave
- Não eleva pH drasticamente
- Gera CO₂ durante reação (exige ventilação)
- Adequada para pré-neutralização
Sistema de Neutralização Completo
Um sistema profissional de neutralização para fundições inclui:
- Tanque de equalização: Homogeneiza efluentes de diferentes bateladas
- Tanque de neutralização: Com agitação mecânica e dosagem controlada de alcalino
- Sistema de monitoramento: pHmetro online com registro contínuo
- Tanque de sedimentação: Para separação de lodo de hidróxidos metálicos
- Filtro-prensa: Desaguamento do lodo para descarte adequado
- Tanque de água tratada: Armazenamento para reuso ou descarte conforme padrões
Destinação do Lodo
O lodo de neutralização contém principalmente hidróxidos de ferro, que podem ser:
- Encaminhados para aterro industrial Classe I (resíduo perigoso)
- Vendidos para siderúrgicas como fonte secundária de ferro (quando viável economicamente)
- Reprocessados internamente em fundições com forno elétrico (recuperação de ferro)
A Boreto & Cardoso® recomenda análise laboratorial do lodo (ABNT NBR 10004) para classificação correta e destinação ambientalmente adequada.
Produtos Boreto & Cardoso® para Controle de pH
Como distribuidora especializada com mais de 50 anos no mercado brasileiro, a Boreto & Cardoso® fornece linha completa de insumos químicos certificados para processos de decapagem metalúrgica.
Ácidos para Decapagem
Ácido Clorídrico (HCl) PA/Industrial:
- Concentrações: 33%, 36% e sob demanda
- Certificação: ISO 9001
- Rastreabilidade: Lote completo com certificado de análise
- Embalagens: IBC 1000L, tambor 200L
- Prazo de entrega: Estoque permanente região Grande SP e Limeira
Ácido Sulfúrico (H₂SO₄) 98%:
- Grau industrial de alta pureza
- Fornecedores certificados com laboratório próprio
- Documentação completa (FDS, ficha técnica)
- Logística especializada em produtos perigosos
Ácido Nítrico (HNO₃) 65%:
- Especificação para passivação e decapagem de inox
- Controle rigoroso de impurezas
- Armazenamento e transporte conforme NBR 14619
Alcalinos para Neutralização
Soda Cáustica Líquida 50% (NaOH):
- Ideal para sistemas automatizados de neutralização
- Densidade 1,52 g/cm³ ± 0,02
- Fornecimento a granel ou IBC 1000L
- Atendimento técnico para dimensionamento de dosagem
Soda Cáustica em Escamas 98%:
- Embalagens: Sacos 25kg ou big bags 500kg/1000kg
- Pureza garantida por análise de lote
- Armazenamento simplificado
Barrilha Leve/Densa (Na₂CO₃):
- Alternativa para pré-neutralização
- 99,2% de pureza mínima
- Disponível em sacos 25kg ou big bags
Diferenciais Boreto & Cardoso®
- Certificação ISO 9001:2015 em gestão de qualidade
- Fornecedores certificados com laboratórios próprios
- Rastreabilidade completa de lotes e origens
- Documentação técnica atualizada (FDS conforme GHS)
- **** em processos metalúrgicos
- Logística própria com frotas especializadas em produtos químicos
- 50+ anos de experiência atendendo fundições e metalúrgicas brasileiras
- Filial estratégica em Limeira-SP para atendimento do polo metalúrgico paulista
Perguntas Frequentes
1. Qual a diferença entre pH e acidez livre em banhos de decapagem?
O pH mede a concentração de íons H⁺ livres em solução (acidez ativa), enquanto acidez livre (medida por titulação) mede o total de ácido não reagido disponível. Um banho pode ter pH aparentemente adequado (~1,5) mas acidez livre baixa devido à saturação de sais. Por isso, recomendamos sempre análise titulométrica além da medição de pH.
2. Posso misturar diferentes tipos de ácido no mesmo banho de decapagem?
Não é recomendado. Misturas de ácidos podem gerar reações exotérmicas perigosas (caso HCl + H₂SO₄ concentrado), precipitados indesejados ou vapores tóxicos (caso HCl + HNO₃ gerando cloro gasoso e vapores nitrosos). Utilize sempre um único tipo de ácido por tanque.
3. Como sei quando um banho de decapagem precisa ser descartado?
Os critérios principais são: (1) Concentração de ferro dissolvido >150 g/L, (2) Tempo de decapagem aumentado em >40% comparado ao banho novo, (3) Formação de precipitados ou "borra" no fundo do tanque, (4) pH que não responde adequadamente à adição de ácido. Qualquer um desses indicadores sugere necessidade de renovação parcial ou total.
4. Qual a frequência ideal de análise de pH em processos contínuos?
Para processos de decapagem contínua (fundições com produção >2 toneladas/dia), recomendamos: (1) Medição de pH a cada 2 horas durante operação, (2) Análise titulométrica de acidez livre a cada turno (3x/dia), (3) Análise de ferro dissolvido semanal. Para processos intermitentes, análise diária no início da produção é suficiente.
5. Soda cáustica líquida ou em escamas para neutralização?
Depende do volume e automação. Para sistemas automatizados com dosagem por bomba dosadora controlada por pH online, use soda líquida 50% pela facilidade de manuseio. Para pequenos volumes ou neutralização em batelada manual, escamas são mais econômicas (menor custo de transporte e armazenamento). A Boreto & Cardoso® fornece para avaliar a melhor opção para cada caso.
6. É possível reutilizar água de decapagem após neutralização?
Sim, parcialmente. Após neutralização adequada (pH 6-9) e sedimentação/filtração dos hidróxidos metálicos, a água pode ser reutilizada em processos que toleram presença de sais dissolvidos (ex: lavagem de pátio, resfriamento indireto). Para reuso em novos banhos de decapagem, seria necessário tratamento avançado (osmose reversa ou troca iônica), geralmente inviável economicamente para fundições de pequeno/médio porte.
7. Banhos de decapagem podem causar fragilização de aços?
Sim, especialmente aços de alta resistência (>1000 MPa). Durante decapagem ácida, parte do hidrogênio gerado pela reação pode difundir para dentro do metal, causando fragilização por hidrogênio. Para minimizar: (1) Use concentrações mínimas efetivas de ácido, (2) Evite tempos excessivos de imersão, (3) Adicione inibidores de decapagem que reduzem ataque ao metal base, (4) Para aços críticos, considere tratamento térmico de alívio de hidrogênio (200°C por 2h) após decapagem.
8. Como armazenar ácidos de decapagem com segurança?
Ácidos concentrados exigem: (1) Armazenamento em área ventilada e coberta, (2) Tanques ou bombonas de PEAD (polietileno alta densidade) ou PP (polipropileno), nunca metal, (3) Bacias de contenção com volume 110% do maior recipiente, (4) Sinalização adequada de produto perigoso, (5) Chuveiros de emergência e lava-olhos próximos, (6) Distância mínima de 5m de produtos incompatíveis (oxidantes, bases fortes), (7) Equipamentos de proteção individual (EPI) disponíveis: óculos de proteção química, avental de PVC, luvas nitrílicas, botas de borracha. A Boreto & Cardoso® fornece FDS atualizada e orientações específicas de armazenamento para cada produto.
Checklist de Controle de pH em Decapagem
Antes de Iniciar o Processo
- [ ] Verificar tipo de ácido adequado ao metal e óxido a remover
- [ ] Confirmar concentração inicial correta (análise titulométrica)
- [ ] Calibrar pHmetro com soluções tampão pH 1, 4 e 7
- [ ] Verificar temperatura do banho conforme especificação do processo
- [ ] Conferir funcionamento de exaustão/ventilação adequada
- [ ] Garantir disponibilidade de EPI completo para operadores
- [ ] Verificar nível de saturação do banho (última análise de Fe dissolvido)
Durante a Operação
- [ ] Medir pH a cada 2 horas em processos contínuos
- [ ] Registrar temperatura do banho em planilha de controle
- [ ] Observar formação de precipitados ou alteração de cor do banho
- [ ] Monitorar tempo de decapagem de peças padrão (indicador de eficiência)
- [ ] Verificar qualidade visual das peças decapadas
- [ ] Repor água evaporada em processos aquecidos
- [ ] Documentar adições de ácido para reposição de concentração
Análises Periódicas
- [ ] Análise titulométrica de acidez livre (diária ou por turno)
- [ ] Análise de ferro dissolvido (semanal em processos contínuos)
- [ ] Teste de cristalização para verificar saturação (quinzenal)
- [ ] Medição de densidade do banho (correlação com saturação)
- [ ] Avaliação visual de formação de "borra" no fundo do tanque
Manutenção do Sistema
- [ ] Limpeza de sensores de pH e temperatura (semanal)
- [ ] Calibração de equipamentos de medição (mensal)
- [ ] Inspeção de tanques e revestimentos anticorrosivos (trimestral)
- [ ] Verificação de sistema de exaustão/ventilação (mensal)
- [ ] Teste de equipamentos de emergência (chuveiro, lava-olhos)
- [ ] Revisão de estoque de insumos (ácidos, alcalinos, água)
Descarte e Renovação
- [ ] Neutralização de efluente com NaOH até pH 6-9
- [ ] Monitoramento contínuo durante neutralização
- [ ] Sedimentação e separação de lodo de hidróxidos
- [ ] Desaguamento de lodo (filtro-prensa se disponível)
- [ ] Análise de caracterização do lodo (ABNT NBR 10004)
- [ ] Destinação adequada: aterro Classe I ou recuperação
- [ ] Documentação completa: MTR, CADRI, certificado de destinação
- [ ] Renovação do banho conforme programação ou saturação crítica
Segurança e Documentação
- [ ] Registro de todos os dados em planilha de controle de processo
- [ ] Atualização de FDS (Ficha de Dados de Segurança) disponível
- [ ] Treinamento periódico de operadores em manuseio de ácidos
- [ ] Simulação de emergência (vazamento, respingo em pele/olhos)
- [ ] Conferência de validade de produtos químicos em estoque
- [ ] Manutenção de canal direto com fornecedor para atendimento técnico
Conclusão
O controle rigoroso de pH em processos de decapagem metalúrgica é fundamental para garantir eficiência produtiva, qualidade superficial e conformidade ambiental em fundições e siderúrgicas. Os 5 fatores apresentados — seleção correta do ácido, monitoramento contínuo da concentração, controle de temperatura, gestão da saturação de sais e sistemas adequados de neutralização — formam a base técnica para operação profissional de decapagem.
Fundições que implementam controle sistemático de pH reportam benefícios mensuráveis: redução de 30-40% no consumo de ácidos através de gestão eficiente de saturação, diminuição de refugos por qualidade superficial inadequada, eliminação de gargalos produtivos causados por banhos esgotados e conformidade total com legislação ambiental CONAMA 430/2011.
A experiência de mais de 50 anos da Boreto & Cardoso® atendendo o setor metalúrgico brasileiro demonstra que o investimento em controle de processo retorna rapidamente através de ganhos em produtividade, redução de custos operacionais e confiabilidade de fornecimento. Nossa certificação ISO 9001:2015, rede de fornecedores certificados e rastreabilidade completa de lotes garantem que cada insumo químico atende às especificações técnicas exigidas por processos de decapagem críticos.
Próximos Passos
- Avalie seu processo atual: Aplique o checklist deste artigo para identificar oportunidades de melhoria
- Implemente monitoramento sistemático: Invista em equipamentos básicos (pHmetro, termômetro, kit de titulação)
- Documente resultados: Registre dados de pH, temperatura, tempo de decapagem e saturação
- Otimize fornecimento: Consolide compra de ácidos e alcalinos com fornecedor certificado
Entre em Contato
A Boreto & Cardoso® oferece gratuita para dimensionamento de processos de decapagem e sistemas de neutralização. Nossa equipe de especialistas está disponível para avaliar suas necessidades específicas e recomendar soluções otimizadas.
Telefones: +55 11 3931-1722 / +55 11 2366-6260
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E-mail: boreto@boreto.com.br
Site: www.boreto.com.br
Certificação: ISO 9001:2015 - Gestão de Qualidade
Sobre o Autor
Equipe Técnica Boreto & Cardoso®
Com mais de 50 anos de experiência no fornecimento de insumos químicos para indústria metalúrgica brasileira, a Boreto & Cardoso® é referência nacional em soluções para galvanoplastia, tratamento de superfícies e processos de decapagem. Certificada ISO 9001:2015, atende 20 segmentos industriais com foco em qualidade, rastreabilidade e .
Boreto & Cardoso®: Especialistas em insumos químicos para metalurgia, parceiros de confiança há mais de 50 anos.
Nota ao leitor
Este artigo reúne informações técnicas extraídas de diferentes fontes, com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre as matérias-primas mencionadas.
Trata-se de um material apenas informativo, não representando por parte da Boreto & Cardoso qualquer indicação de aplicação, formulação ou recomendação direta de uso.
A Boreto & Cardoso® com 53 anos de experiência atua restritamente no fornecimento de insumos químicos para as mais variadas aplicações, ficando a cargo de cada usuário verificar a adequação e conformidade de sua aplicação.



