Limpeza Adequada Como Base da Segurança Alimentar
A sanitização eficaz de equipamentos é fundamental para prevenir contaminação cruzada e garantir a eficácia dos conservantes utilizados em produtos cárneos. Sistemas CIP (Clean-in-Place) bem executados eliminam biofilmes, removem resíduos orgânicos e inorgânicos, e mantêm superfícies em condições adequadas para processamento seguro de alimentos.
Frigoríficos que negligenciam protocolos rigorosos de limpeza enfrentam problemas como: desenvolvimento de biofilmes resistentes, contaminação recorrente mesmo com uso correto de conservantes, incrustações minerais que comprometem equipamentos, e não conformidades em auditorias sanitárias.
Com 53 anos de experiência no fornecimento de insumos químicos para a indústria alimentícia, a Boreto & Cardoso® distribui produtos especializados para sanitização CIP — soda cáustica, ácido nítrico, hipoclorito de sódio, peróxido de hidrogênio e detergentes food grade — de fornecedores certificados com controle rigoroso de qualidade.
Resumo Executivo
- Protocolo CIP completo: etapas de limpeza alcalina, ácida e sanitização final
- Produtos especializados: soda cáustica, ácido nítrico, hipoclorito, peróxido e detergentes
- Conformidade ANVISA: requisitos para produtos e processos de sanitização
- Aplicações práticas: tanques, tubulações, trocadores de calor e equipamentos de processo
- Checklist operacional: implementação de rotinas de limpeza eficazes
Índice
- Por que protocolos CIP são essenciais em frigoríficos
- Soda cáustica: limpeza alcalina pesada
- Ácido nítrico: remoção de incrustações minerais
- Hipoclorito de sódio: sanitização e desinfecção
- Peróxido de hidrogênio: sanitização asséptica
- Detergentes food grade: limpeza rotineira
- Protocolo CIP completo: sequência de aplicação
- Perguntas frequentes sobre sanitização CIP
- Checklist de implementação: sanitização eficaz
- Conclusão: higiene como fundamento da qualidade
1. Por Que Protocolos CIP São Essenciais em Frigoríficos
O Problema dos Biofilmes e Contaminação Cruzada
Biofilmes são comunidades microbianas complexas que se aderem a superfícies de equipamentos formando camadas resistentes. Uma vez estabelecidos, biofilmes protegem bactérias contra sanitizantes convencionais, tornando-se fontes persistentes de contaminação. Em frigoríficos, biofilmes podem abrigar patógenos como Listeria monocytogenes, Salmonella e E. coli.
Incrustações Minerais e "Pedra de Leite"
Em laticínios e frigoríficos que processam produtos com cálcio, forma-se "pedra de leite" — depósitos de carbonato de cálcio e fosfato de cálcio em tanques, tubulações e trocadores de calor. Essas incrustações:
- Reduzem eficiência de troca térmica
- Criam nichos para crescimento microbiano
- Comprometem escoamento de produtos
- Dificultam limpeza adequada
Exigências Regulatórias
A Portaria CVS 5/2013 e RDC 275/2002 estabelecem requisitos para higienização de equipamentos em estabelecimentos que processam alimentos. Não conformidades resultam em: autos de infração e multas, interdição de equipamentos ou do estabelecimento, e apreensão de produtos.
CIP vs. Limpeza Manual
Sistemas CIP (Clean-in-Place) oferecem vantagens sobre limpeza manual:
- Padronização e reprodutibilidade do processo
- Redução de tempo de parada para limpeza
- Maior segurança operacional (menos exposição química)
- Documentação e rastreabilidade facilitadas
- Eficácia superior na remoção de contaminantes
2. Soda Cáustica: Limpeza Alcalina Pesada
Características Técnicas
A soda cáustica (hidróxido de sódio - NaOH) é o produto base para limpeza alcalina em frigoríficos. Suas propriedades incluem:
- pH extremamente alcalino (13-14 em solução)
- Saponificação de gorduras: converte gorduras em sabões solúveis
- Desnaturação de proteínas: dissolve resíduos proteicos
- Ação em temperatura: eficácia aumenta com aquecimento (60-80°C)
Aplicações em Frigoríficos
Limpeza CIP de tanques e tubulações:
- Remoção de gorduras animais aderidas
- Dissolução de resíduos proteicos de carnes
- Preparação de superfícies para sanitização
Limpeza de trocadores de calor:
- Remoção de incrustações orgânicas
- Desobstrução de placas e serpentinas
- Restauração de eficiência térmica
Limpeza de equipamentos de corte e processo:
- Desengordurante potente para facas, serras e moedores
- Remoção de biofilmes em superfícies de aço inox
Concentrações e Parâmetros de Uso
Limpeza pesada CIP:
- Concentração: 1,5% a 3% (m/v)
- Temperatura: 70-80°C
- Tempo de contato: 20-30 minutos
- Enxágue: abundante com água potável até pH neutro
Limpeza rotineira:
- Concentração: 0,5% a 1,5%
- Temperatura: 50-60°C
- Tempo de contato: 15-20 minutos
Segurança e Manuseio
Soda cáustica é produto altamente corrosivo:
- EPIs obrigatórios: óculos de proteção, luvas de borracha nitrílica, avental impermeável
- Ventilação adequada: evitar inalação de vapores
- Diluição segura: sempre adicionar soda à água (nunca inverter)
- Enxágue rigoroso: remover completamente antes de sanitização
- FDS disponível: para procedimentos de emergência
Fornecimento Boreto & Cardoso®
Soda cáustica líquida (solução 50%) e soda cáustica em escamas, ambas grau industrial para uso alimentício, com:
- Certificado de análise por lote
- FDS atualizada (ABNT NBR 14725)
- Ficha técnica com especificações
3. Ácido Nítrico: Remoção de Incrustações Minerais
Características Técnicas
O ácido nítrico (HNO₃) 53% é o ácido de escolha para limpeza ácida em frigoríficos e laticínios. Suas propriedades incluem:
- pH extremamente ácido (< 1 em concentração comercial)
- Dissolução de minerais: remove carbonatos e fosfatos de cálcio
- Passivação de aço inox: forma camada protetora em superfícies
- Ação oxidante: auxilia na remoção de manchas orgânicas
Aplicações em Frigoríficos e Laticínios
Remoção de "pedra de leite":
- Dissolução de carbonato de cálcio (CaCO₃)
- Remoção de fosfato de cálcio (Ca₃(PO₄)₂)
- Limpeza de pasteurizadores e trocadores de calor
Limpeza ácida CIP:
- Remoção de incrustações minerais em tanques
- Desobstrução de tubulações com depósitos calcários
- Limpeza de serpentinas e placas de resfriamento
Passivação de equipamentos novos:
- Formação de camada passiva em aço inoxidável
- Proteção contra corrosão
- Preparação de superfícies para uso alimentício
Concentrações e Parâmetros de Uso
Limpeza pesada (remoção de incrustações severas):
- Concentração: 2% a 4% (v/v)
- Temperatura: 50-60°C
- Tempo de contato: 30-45 minutos
- Circulação: necessária para eficácia
Limpeza rotineira:
- Concentração: 0,5% a 1,5%
- Temperatura: 40-50°C
- Tempo de contato: 15-20 minutos
Passivação:
- Concentração: 1% a 2%
- Temperatura: ambiente a 40°C
- Tempo de contato: 30 minutos
- Enxágue final: completo com água potável
Sequenciamento com Soda Cáustica
Protocolo completo CIP utiliza limpeza alcalina seguida de limpeza ácida:
- Limpeza alcalina (soda cáustica): remove gorduras e proteínas
- Enxágue intermediário: água potável até pH neutro
- Limpeza ácida (ácido nítrico): remove incrustações minerais
- Enxágue final: água potável até pH neutro
- Sanitização: hipoclorito ou peróxido conforme protocolo
Segurança e Manuseio
Ácido nítrico é produto corrosivo e oxidante:
- EPIs obrigatórios: óculos com proteção lateral, luvas resistentes a ácidos, avental e respirador se necessário
- Ventilação: obrigatória devido a vapores nitrosos
- Diluição: sempre adicionar ácido à água lentamente
- Incompatibilidades: não misturar com bases ou materiais orgânicos
- Armazenamento: tanques resistentes a corrosão, área ventilada
Fornecimento Boreto & Cardoso®
Ácido nítrico 53% grau industrial para uso em processos alimentícios, com:
- Certificado de análise confirmando concentração
- FDS completa com procedimentos de emergência
4. Hipoclorito de Sódio: Sanitização e Desinfecção
Características Técnicas
O hipoclorito de sódio (NaClO) é o sanitizante mais utilizado na indústria alimentícia. Suas propriedades incluem:
- Ação antimicrobiana de amplo espectro: bactérias, vírus, fungos e esporos
- Liberação de cloro ativo: agente oxidante que destrói microorganismos
- pH alcalino: solução comercial pH 11-13
- Concentração típica: 10-12% cloro ativo
Aplicações em Frigoríficos
Sanitização de superfícies:
- Pisos, paredes e equipamentos externos
- Câmaras frias e áreas de processamento
- Utensílios e ferramentas de corte
Sanitização final CIP:
- Após limpeza completa com alcalino e ácido
- Tanques, tubulações e equipamentos de processo
- Sistemas de transporte de produtos
Desinfecção de água:
- Cloração de água de processo
- Tratamento de água de enxágue final
- Controle microbiológico em reservatórios
Concentrações e Parâmetros de Uso
Sanitização de superfícies:
- Concentração: 100-200 ppm cloro ativo
- Diluição: ~10-20 mL/L de hipoclorito 12%
- Tempo de contato: 10-15 minutos
- Enxágue: opcional conforme concentração
Sanitização CIP:
- Concentração: 50-100 ppm cloro ativo
- Temperatura: ambiente (< 40°C para evitar decomposição)
- Tempo de contato: 10-20 minutos
- Circulação: recomendada
Desinfecção de água:
- Concentração: 0,5-2 ppm cloro residual livre
- Monitoramento: teste colorimétrico regular
Limitações e Cuidados
Incompatibilidades:
- Não misturar com ácidos (liberação de cloro gasoso tóxico)
- Corrosivo para alguns metais em altas concentrações
- Degradação acelerada em presença de matéria orgânica
Fatores que afetam eficácia:
- pH: máxima eficácia em pH 6-7,5
- Temperatura: decomposição acelerada acima de 40°C
- Matéria orgânica: reduz cloro ativo disponível
- Dureza da água: pode precipitar com cálcio
Fornecimento Boreto & Cardoso®
Hipoclorito de sódio 10-12% cloro ativo, grau alimentício, com:
- Certificado de análise com teor de cloro ativo
- FDS atualizada
5. Peróxido de Hidrogênio: Sanitização Asséptica
Características Técnicas
O peróxido de hidrogênio (H₂O₂), também conhecido como água oxigenada, é sanitizante oxidante. Suas propriedades incluem:
- Ação oxidante potente: destrói membranas celulares microbianas
- Decomposição em água e oxigênio: não deixa resíduos tóxicos
- Compatibilidade com aço inox: não corrosivo em concentrações adequadas
- Concentração comercial: 35% ou 50% (peróxido concentrado) e 3% (farmacêutico)
Aplicações em Frigoríficos
Sanitização asséptica:
- Sistemas UHT e processamento asséptico
- Equipamentos de envase estéril
- Tanques de armazenamento asséptico
Alternativa ao hipoclorito:
- Quando residuos de cloro não são desejáveis
- Equipamentos sensíveis a corrosão por cloro
- Processos que exigem enxágue com água estéril
Branqueamento e oxidação:
- Remoção de manchas orgânicas em superfícies
- Tratamento de água de processo
- Desodorização de equipamentos
Concentrações e Parâmetros de Uso
Sanitização asséptica (processos UHT):
- Concentração: 0,5% a 2% H₂O₂
- Temperatura: 60-80°C (ativação térmica)
- Tempo de contato: 10-30 minutos conforme temperatura
- Enxágue: com água estéril
Sanitização fria:
- Concentração: 3% a 5%
- Temperatura: ambiente
- Tempo de contato: 20-30 minutos
- Enxágue: com água potável ou estéril
Desinfecção de superfícies:
- Concentração: 6% a 10%
- Aplicação: spray ou imersão
- Tempo: 10-15 minutos
- Enxágue: recomendado
Vantagens sobre Hipoclorito
Ausência de resíduos:
- Decomposição completa em H₂O + O₂
- Sem formação de trihalometanos (THMs)
- Não afeta sabor ou odor de produtos
Compatibilidade com materiais:
- Menos corrosivo que hipoclorito em aço inox
- Compatível com borrachas e plásticos alimentícios
- Não forma precipitados com dureza da água
Eficácia em biofilmes:
- Ação oxidante penetra biofilmes
- Eficaz contra bactérias formadoras de esporos
- Reduz resistência microbiana
Segurança e Manuseio
Peróxido de hidrogênio concentrado é oxidante potente:
- EPIs: óculos, luvas de nitrila, avental
- Armazenamento: local fresco, protegido da luz
- Decomposição: acelerada por metais, calor e luz
- Incompatibilidades: agentes redutores, metais em pó
- Primeiros socorros: enxágue abundante em caso de contato
Fornecimento Boreto & Cardoso®
Peróxido de hidrogênio grau alimentício (35% ou 50%), com:
- Certificado de análise confirmando concentração e pureza
- FDS completa
6. Detergentes Food Grade: Limpeza Rotineira
Características dos Detergentes Especializados
Detergentes food grade são formulações especializadas para limpeza de equipamentos em contato com alimentos. Diferem de detergentes convencionais por:
- Formulação aprovada: ingredientes permitidos para contato alimentício
- Biodegradabilidade: menor impacto ambiental
- Baixa formação de espuma: adequado para sistemas CIP
- Enxágue facilitado: não deixam resíduos
- pH controlado: neutro, alcalino ou ácido conforme aplicação
Tipos de Detergentes Food Grade
Detergentes neutros:
- pH 6-8
- Limpeza leve de superfícies
- Equipamentos sensíveis
- Uso geral em áreas de processo
Detergentes alcalinos:
- pH 10-12
- Remoção de gorduras e proteínas
- Alternativa mais suave à soda cáustica
- Limpeza rotineira de tanques e tubulações
Detergentes ácidos:
- pH 2-4
- Remoção de incrustações minerais leves
- Alternativa ao ácido nítrico para limpezas rotineiras
- Menor agressividade aos equipamentos
Detergentes enzimáticos:
- pH neutro a levemente alcalino
- Enzimas específicas para proteínas ou gorduras
- Ação em temperaturas moderadas (40-50°C)
- Eficazes em biofilmes
Aplicações em Frigoríficos
Limpeza manual:
- Equipamentos pequenos e utensílios
- Áreas de difícil acesso
- Limpeza complementar após CIP
Limpeza CIP rotineira:
- Entre ciclos de produção
- Manutenção preventiva diária
- Preparação para limpeza pesada periódica
Pré-limpeza:
- Remoção de sujidades grosseiras
- Preparação para limpeza alcalina/ácida
- Redução de carga orgânica antes de sanitização
Parâmetros de Uso
Limpeza manual:
- Concentração: conforme recomendação do fabricante (tipicamente 0,5-2%)
- Temperatura: 40-50°C
- Agitação mecânica: escovas ou esponjas adequadas
- Enxágue: completo com água potável
Limpeza CIP:
- Concentração: 0,5-1,5%
- Temperatura: 50-60°C
- Tempo de circulação: 15-20 minutos
- Velocidade: suficiente para turbulência
Seleção do Detergente Adequado
Fatores a considerar:
- Tipo de sujidade: gordura animal, proteínas, minerais
- Equipamento: compatibilidade com materiais
- Sistema de limpeza: manual, CIP, foam cleaning
- Dureza da água: detergentes com sequestrantes para água dura
- Efluentes: biodegradabilidade e tratamento de efluentes
Fornecimento Boreto & Cardoso®
Detergentes food grade de fornecedores especializados, com:
- Certificação para uso alimentício
- Fichas técnicas com instruções de uso
- FDS atualizada
7. Protocolo CIP Completo: Sequência de Aplicação
Ciclo CIP Padrão para Frigoríficos
Um protocolo CIP eficaz segue sequência lógica de etapas:
Etapa 1: Pré-Enxágue (5-10 minutos)
- Objetivo: remover sujidades grosseiras
- Temperatura: ambiente a 40°C
- Vazão: alta para arraste mecânico
- Observação: recuperar produto residual quando possível
Etapa 2: Limpeza Alcalina (20-30 minutos)
- Produto: soda cáustica 1,5-3% ou detergente alcalino
- Temperatura: 70-80°C
- Objetivo: saponificar gorduras, desnaturar proteínas
- Circulação: necessária para cobertura completa
- Monitoramento: temperatura e pH
Etapa 3: Enxágue Intermediário (5-10 minutos)
- Objetivo: remover alcalino residual
- Temperatura: 40-50°C
- Critério: pH próximo ao neutro (< 9)
- Água: potável
Etapa 4: Limpeza Ácida (15-30 minutos)
- Produto: ácido nítrico 0,5-2% ou detergente ácido
- Temperatura: 50-60°C
- Objetivo: remover incrustações minerais, passivação
- Frequência: conforme necessidade (semanal/quinzenal)
- Monitoramento: temperatura e pH
Etapa 5: Enxágue Final (5-10 minutos)
- Objetivo: remover ácido residual
- Temperatura: ambiente a 40°C
- Critério: pH neutro (6-8)
- Água: potável de boa qualidade
Etapa 6: Sanitização (10-20 minutos)
- Produto: hipoclorito 50-100 ppm ou peróxido 0,5-2%
- Temperatura: conforme produto (hipoclorito ambiente, peróxido 60-80°C)
- Objetivo: reduzir carga microbiana a níveis seguros
- Enxágue final: conforme concentração e requisitos do processo
Frequências Recomendadas
Diariamente:
- Pré-enxágue + limpeza alcalina + enxágue + sanitização
Semanal:
- Ciclo completo incluindo limpeza ácida
Mensal:
- Ciclo estendido com tempos prolongados
- Inspeção visual e microbiológica
Conforme necessidade:
- Após processamento de lotes problemáticos
- Quando detectada contaminação
- Antes de mudança de produto
Parâmetros Críticos de Controle
Temperatura:
- Monitoramento contínuo
- Ação corretiva se fora da faixa
pH:
- Medição no início e fim de cada etapa
- Confirma remoção adequada de químicos
Concentração:
- Testes para alcalino e ácido
- Ajustes conforme desvios
Tempo:
- Registro de duração de cada etapa
- Padronização entre ciclos
Vazão/Velocidade:
- Turbulência adequada para remoção mecânica
- Mínimo 1,5 m/s em tubulações
Validação e Monitoramento
Inspeção visual:
- Superfícies limpas, sem resíduos
- Ausência de biofilmes ou manchas
Testes microbiológicos:
- Swabs de superfície após sanitização
- Critério: < 10 UFC/cm² para patógenos
ATP (Adenosina Trifosfato):
- Medição rápida de matéria orgânica residual
- Critério: < 200 RLU conforme equipamento
Registros:
- Planilhas de controle de CIP
- Gráficos de temperatura e pH
- Desvios e ações corretivas
8. Perguntas Frequentes sobre Sanitização CIP
1. Com que frequência devo realizar limpeza ácida em frigoríficos?
A frequência de limpeza ácida depende da dureza da água e do tipo de produto processado. Em laticínios e frigoríficos com alta formação de "pedra de leite", recomenda-se limpeza ácida semanal. Em processamento exclusivo de carnes sem derivados lácteos, pode ser quinzenal ou mensal. Inspeções visuais regulares ajudam a determinar a frequência ideal.
2. Posso misturar soda cáustica com hipoclorito para aumentar eficácia?
Não é recomendado misturar soda cáustica com hipoclorito durante aplicação. Embora ambos sejam alcalinos, o hipoclorito pode decompor-se em temperaturas altas usadas na limpeza alcalina, reduzindo sua eficácia. O protocolo correto é: limpeza alcalina, enxágue, e posterior sanitização com hipoclorito em temperatura ambiente.
3. Qual a diferença entre hipoclorito e peróxido para sanitização?
Hipoclorito é mais econômico e eficaz em amplo espectro, mas deixa resíduos de cloro que podem afetar sabor. Peróxido de hidrogênio decompõe-se completamente em água e oxigênio, não deixa resíduos, mas geralmente é mais caro. Peróxido é preferível em sistemas UHT e processamento asséptico, enquanto hipoclorito é padrão para sanitização geral.
4. Como calcular a diluição correta de ácido nítrico 53%?
Para obter concentração de 2% (v/v) em 1000 litros de água: Volume de ácido = (2/53) × 1000 = 37,7 litros. Sempre adicione ácido à água lentamente, nunca o contrário. Para outras concentrações, use a fórmula: V₁ × C₁ = V₂ × C₂, onde V₁ é volume de ácido concentrado, C₁ é 53%, V₂ é volume final desejado, e C₂ é concentração final desejada.
5. Equipamentos de aço inox podem sofrer corrosão com esses produtos?
Aço inoxidável de qualidade adequada (304 ou 316) resiste bem aos produtos quando usados corretamente. Soda cáustica e ácido nítrico em concentrações e temperaturas recomendadas não corroem aço inox. Hipoclorito em altas concentrações ou longos tempos de contato pode causar "pitting". A limpeza ácida periódica com ácido nítrico promove passivação, protegendo o aço.
6. O que fazer se enxágue não atingir pH neutro após limpeza alcalina?
Se após enxágue prolongado o pH ainda está alto (> 9), pode haver acúmulo de alcalino em áreas de difícil circulação ou problemas na válvula de drenagem. Soluções: estender tempo de enxágue com vazão alta, fazer enxágue com água levemente acidificada (pH 5-6), ou desmontar e inspecionar áreas problemáticas. Nunca proceder para etapa ácida sem pH neutro, pois pode causar reação violenta.
7. A Boreto & Cardoso® oferece suporte técnico para implementação de CIP?
9. Checklist de Implementação: Sanitização Eficaz
Etapa 1: Avaliação e Planejamento
☐ Mapear todos os equipamentos que requerem limpeza CIP ☐ Identificar pontos críticos de difícil acesso ou acúmulo de resíduos ☐ Definir frequência de limpeza para cada equipamento ☐ Avaliar qualidade da água (dureza, pH, carga microbiana)
Etapa 2: Seleção de Produtos
☐ Soda cáustica para limpeza alcalina pesada ☐ Ácido nítrico para limpeza ácida e remoção de minerais ☐ Hipoclorito de sódio para sanitização padrão ☐ Peróxido de hidrogênio para sanitização asséptica (se aplicável) ☐ Detergentes food grade para limpeza rotineira ☐ Verificar FDS e certificados de todos os produtos
Etapa 3: Infraestrutura e Equipamentos
☐ Tanques de preparo de soluções com controle de temperatura ☐ Bombas de circulação adequadas para produtos químicos ☐ Sistema de dosagem automática ou manual calibrada ☐ Instrumentação: termômetros, pHmetros, testadores de concentração ☐ EPIs completos para toda equipe
Etapa 4: Procedimentos Operacionais
☐ POPs escritos para cada ciclo CIP (diário, semanal, mensal) ☐ Definir parâmetros: concentração, temperatura, tempo, vazão ☐ Estabelecer critérios de aceitação: pH, inspeção visual, testes microbiológicos ☐ Planilhas de registro de cada ciclo realizado
Etapa 5: Treinamento de Equipe
☐ Capacitar operadores em protocolo CIP completo ☐ Treinar sobre segurança química e uso de EPIs ☐ Ensinar preparação de soluções e cálculos de diluição ☐ Praticar procedimentos de emergência em caso de acidentes
Etapa 6: Validação e Melhoria Contínua
☐ Realizar testes microbiológicos após implementação ☐ Inspecionar equipamentos após ciclos CIP ☐ Registrar desvios e implementar ações corretivas ☐ Revisar procedimentos periodicamente conforme resultados ☐ Manter documentação para auditorias e certificações
10. Conclusão: Higiene Como Fundamento da Qualidade
A sanitização adequada através de protocolos CIP bem executados é fundamental para garantir segurança microbiológica, eficácia dos conservantes e conformidade regulatória em frigoríficos e laticínios. O uso correto de soda cáustica para limpeza alcalina, ácido nítrico para remoção de minerais, hipoclorito de sódio ou peróxido de hidrogênio para sanitização, e detergentes food grade para limpeza rotineira, constitui arsenal completo para higienização industrial.
A Experiência da Boreto & Cardoso®
Com 53 anos de atuação no fornecimento de insumos químicos para a indústria alimentícia, a Boreto & Cardoso® distribui produtos especializados para sanitização CIP de fornecedores certificados com laboratórios próprios. Cada produto é acompanhado de certificado de análise. A Ficha de Segurança do produto (FDS) é disponibilizada mediante solicitação do cliente atualizada e ficha técnica completa, facilitando implementação de protocolos eficazes e conformidade em auditorias.
Nossa certificação ISO 9001 e o relacionamento de longo prazo com fabricantes renomados garantem consistência e confiabilidade no fornecimento de produtos para limpeza e sanitização. O suporte técnico está disponível para esclarecimentos sobre aplicações, dosagens, segurança e adequação a sistemas específicos.
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Para mais informações sobre produtos para sanitização CIP, solicitar fichas técnicas ou esclarecer dúvidas sobre protocolos de limpeza:
Telefones: +55 11 3931-1722 / +55 11 2366-6260
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Site: www.boreto.com.br
Sobre a Boreto & Cardoso®
Distribuidora de insumos químicos industriais desde 1972
A Boreto & Cardoso® é uma distribuidora especializada em insumos químicos para 20 segmentos industriais, com foco estratégico na indústria alimentícia. Trabalhamos exclusivamente com fornecedores certificados que possuem laboratórios próprios, garantindo produtos de qualidade com documentação técnica completa.
Certificação: ISO 9001 - Gestão de Qualidade
Contato: www.boreto.com.br | boreto@boreto.com.br | +55 11 3931-1722
Boreto & Cardoso®: 53 anos de experiência no fornecimento de insumos químicos para limpeza e sanitização industrial com qualidade, conformidade e suporte técnico especializado.
Nota ao leitor
Este artigo reúne informações técnicas extraídas de diferentes fontes, com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre as matérias-primas mencionadas.
Trata-se de um material apenas informativo, não representando por parte da Boreto & Cardoso qualquer indicação de aplicação, formulação ou recomendação direta de uso.
A Boreto & Cardoso® com 53 anos de experiência atua restritamente no fornecimento de insumos químicos para as mais variadas aplicações, ficando a cargo de cada usuário verificar a adequação e conformidade de sua aplicação.
